sexta-feira, 21 de maio de 2010

Moeda e Inflação


O papel do Banco Central na economia é regular o estoque monetário do país, fazendo que a moeda não perca suas características fundamentais como: meio de troca, unidade de conta reserva de valor e padrão para pagamentos de diferidos (Dornbusch e Fischer, 1991). Porém, estudiosos sobre o assunto dissertam sua importância na economia, por causa da sua neutralidade e não neutralidade que pode haver no curto e no longo prazo.
A primeira coisa que devemos considerar na economia é se a moeda é endógena ou exógena. Alguns formuladores da política monetária não aceitam a possibilidade da moeda ser exógena, porque considera a moeda a importante a todo o momento na economia e não neutra no processo econômico.
Conforme Gremaud et. al (2000) “no modelo clássico existe uma separação entre o lado real e o lado monetário da economia”(Gremaud et. al (2000), p.98). As variáveis reais são determinadas pelo nível de emprego, salário real preços relativos, e as variáveis nominais são determinados pelos preços e salários nominais.
Podemos dizer que essa distinção entre lado real e o lado monetário nos mostra como funciona a neutralidade da moeda no modelo clássico. O modelo clássico nos diz que os salários são inflexíveis que só podem aumentar. Sendo assim os preços tendem a aumentar como os donos dos meios de produção tende a reduzir seus custos de produção, vai haver desemprego na economia. Entretanto, o governo não ira deixar a economia ter desemprego, ele vai expandir a oferta de moeda e por causa dos preços elevados, levando a economia ao pleno emprego novamente.
Já a não neutralidade da moeda consiste em que os indivíduos quanto mais transações ocorrem mais à moeda irá circular. Os indivíduos não iram gastar toda a sua renda, e sim parte dela será poupada, criando assim receita para o governo investir, pois através da poupança que os indivíduos fazem nos bancos, o governo converte em investimentos. Deve-se ressaltar que, uma economia recessiva ao extremo não gera desenvolvimento para o país. Uma economia com alto índice de desemprego diminui a receita do governo, pois, é através dos tributos que a população paga é que o governo gera suas receitas.
Quanto mais transações ocorrem na economia, mais produtos são produzidos, por causa dessa velocidade e transação, podemos expressá-la pela Teoria Quantitativa da Moeda - TMQ. De acordo com Gremaud et. al (2000) p.70, a TMQ e expressa por:

MV=PT

M = quantidade de moeda
V = velocidade de circulação da moeda
P = nível geral de preços
T =numero de transações

O termo V mede a velocidade de circulação em que a moeda circula, M é o estoque de moeda na economia que é multiplicada pela sua velocidade, sendo assim é igual a numero de transações realizadas PT. A quantidade de moeda que circula é que determina o nível geral de preços da economia.
Conforme o autor a equação fica mais bem arranjada da seguinte forma:

MV=PY
P = preço e;
Y= Produto real

Gremaud et. al (2000) se substituirmos o numero de transações pelo produto real, pois, quando mais produzimos mais transacionamos na economia. A quantidade ofertada de moeda na economia tende a ser igual à quantidade demandada, porque sendo assim é proporcional ao nível de produto.
O problema dessa teoria e que quanto maior a quantidade de moeda na economia, maior serão os preços cobrados pelos empresários, sendo assim a economia gerará inflação pela demanda excessiva por moeda.
Em uma economia que há um excesso de inflação, a moeda perde o seu poder de compra e assim a economia como um todo gerará desemprego por causa dos altos preços e os salários que os empresários terão de pagar para compensar suas perdas. Com um alto estoque monetário a situação inverte, porque a quantidade de moeda, faz com que o nível de produção aumente, tendo um efeito posterior nos preços, fazendo com que a taxa de desemprego diminua.
Conforme Mankiw (1998):

A teoria quantitativa da moeda afirma que o Banco Central, que controla a oferta monetária, controla em última instancia, a taxa de inflação. Se o Banco Central mantém estável a oferta de moeda, o nível de preços será estável. Se o Banco Central aumenta a oferta de moeda rapidamente, o nível de preços aumentara rapidamente. (Mankiw, 1998 p.118)

A inflação também interfere na taxa de juros; através das remunerações que os bancos pagam para as pessoas. Se um individuo deposita na poupança uma certa quantia de reais, e os bancos remuneram 6%, e a inflação no ano for de 4%, o individuo não estará mais rico em 6%; e sim em 2%. Isso se da porque a taxa de juros pagos pelos bancos é a taxa nominal, ou seja, sem descontar a inflação. Depois de desconta a inflação na remuneração, verifica-se que o aumento real ou a taxa de juros real, que aumentou o poder aquisitivo do individuo foi de 2% no ano.
Esse fato pode ser expresso pela equação que Mankiw (1998), adota o que se chama Efeito Fischer. Assim chama por homenagem ao economista Irving Fisher (1867-1947), ela e expressa da seguinte maneira:
i= r + π
onde que i é a taxa de juros nominal, r é a taxa de juros real e π é a taxa de inflação. Podemos verificar que a taxa de juros nominal é a taxa de juros real mais a inflação. Conforme Mankiw (1998), “a taxa de juros nominal pode mudar por duas razões: ou porque mudou a taxa de juros real, ou porque mudou a inflação”.
A variação da inflação interfere diretamente nos salários dos trabalhadores, mostrando quanto realmente eles recebem. Os trabalhadores recebem certa quantia de dinheiro no determinado período de trabalho, porém estes salários são chamados de salários nominais, pois os trabalhadores não conhecem o nível global de preços e assim esperam receber a mesma quantia dos salários reais. Se os níveis de preços aumentarem repentinamente, a demanda por trabalho irá também aumentar, pois a ilusão do trabalhador será que o salário real é maior, porém não é, já que a existência de inflação.
Da mesma forma ocorre com os produtores, quando os produtores percebem que há um aumento nos preços dos bens, sendo assim eles aumentam a produção, porém eles não percebem que os preços dos bens relativos também aumentaram, sendo assim eles aumentam a sua produção, assim aumentando seus custos, no curto prazo.
Devido todos essas informações geradas pelo mercado, a economia como um todo sofre impactos que podem ser sanados apenas no longo prazo. O objetivo do governo é fazer com que esses os impactos não sejam tão amplos, assim os formuladores da política econômica se preocupam o com a inflação e o desemprego. Essa relação entre inflação e desemprego posse se expressa pela chamada curva de Phillips.
Mankiw (1998) diz que:

A curva é um instrumento útil é para os formuladores de política econômica que influem sobre a demanda agregada porque representa uma simples de analisar a opção conflituosa entre inflação e desemprego implícita na curva de oferta agregada no curto prazo.

A qualquer momento o formulador da política economia pode decidir na demanda agregada, pois eles controlam a mesma; sendo assim ele pode escolher a melhor combinação entre inflação e desemprego ao longo da curva.
Portanto, um formulador da política economia tem de saber o momento certo da escolha entre a inflação e desemprego para que á economia não fique totalmente recessiva, não sofra um processo inflacionário tão extenso, para que a moeda não perca suas funções e não se torne uma moeda podre, onde que se precisa cada vez mais de unidades monetária para obter determinado bem.

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