quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

O Modelo Cepalino de Superação da Condição Periférica

Historicamente, a inserção da economia latino-americana no comercio internacional esteve relacionada à oferta de produtos primários, seguindo o modelo da lei das vantagens comparativas. No entanto, o aumento de produtividade alcançado por esse setor estava muito aquém daquele verificado nos países centrais, o que acabava por gerar acentuadas diferenças nos padrões de vida das populações de ambas regiões.
O governo querendo estimular a demanda interna criou-se o PSI – Programa de Substituição de Importação, substituindo a demanda externa pela demanda interna. Além de endogenizar do máximo de renda real, isto é, de bens e serviços requeridos pela população de acordo com a natureza de sua demanda. Mas o PSI proposto pela CEPAL não deveria ser entendido enquanto um processo em si, com fins voltados exclusivamente para o atendimento do mercado interno.
O desenvolvimento econômico de alguns países latino-americanos e sua assimilação a técnicas modernas esteve intimamente ligado à realização de consideráveis investimentos estrangeiros. Porém, a proposição de se estruturar um capitalismo autônomo na região pressupunha a consolidação de uma base de financiamento própria, para a qual seria necessária uma ampliação da acumulação de capital e da capacidade de poupança.
A idéia da fundamental participação do Estado enquanto agente promotor e impulsionador do desenvolvimento advêm da clara noção de que o mecanismo do mercado conduzia resultados economicamente perversos, e que tendiam a ampliar a grau de instabilidade das economias. O investimento estatal foi fundamental, pois, sem ele a estrutura de economia permaneceria obsoleta e periférica, e por isso travaria a implantação de setores modernos, necessários à modificação da pauta de importação.
Um último e importante aspecto a se destacar sobre a CEPAL clássica, e que tem imbricado relação com o fato da Agencia propor políticas que pressupõem a manutenção das estruturas de poder já existentes, trata da sua relação com o modo de produção capitalista.

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